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Alentejo
Dão
Douro
Região dos Vinhos Verdes
Tejo
Alentejo

 

Alentejo - O plantio da vinha nesta região data do período romano, como atestam vestígios vários dessa época, nomeadamente grainhas de uva descobertas nas ruínas de São Cucufate, perto da Vidigueira, e alguns lagares romanos. 

Os primeiros documentos escritos sobre o plantio da vinha datam do século XII.

Na imensidão de horizontes planos, ou quase planos, o Alentejo tem como acidentes orográficos mais importantes as serras de Portel (421 m), Ossa (649 m) e S. Mamede (1025 m).

É, no entanto, nas elevações isoladas que se geram os microclimas propícios ao plantio da vinha e que conferem qualidade às massas vínicas.

A posição meridional e a ausência de relevos importantes são responsáveis pelas características Mediterrânica e Continental do clima. A insolação tem valores bastante elevados, o que se reflete na maturação das uvas, principalmente nos meses que antecedem a vindima, conferindo às uvas uma desejável acumulação dos açúcares e de matérias corantes na película dos bagos.

As vinhas localizam-se na sua maioria em substrato geológico de rochas plutónicas (granitos, tonalitos, sienitos e sienitos nefelínicos) sendo, contudo, de salientar a diversidade de manchas pedológicas nas quais as vinhas são instaladas (nomeadamente manchas xistosas e argilo-calcárias).

É igualmente importante referir que os melhores terrenos são eleitos para a cultura cerealífera e exploração agro-pecuária, enquanto que a vinha e a oliveira, dada a sua rusticidade, assentam nos solos com fraca capacidade de uso.

A similitude das características organoléticas dos vários VQPRD do Alentejo acrescida pelo facto de o consumidor os associar genericamente à referida menção, justificam a Denominação de Origem "Alentejo", na qual estão incluídas as seguintes 8 sub-regiões: "Portalegre", "Borba", "Redondo", "Reguengos", "Vidigueira", "Évora", "Granja-Amareleja" e "Moura".

 

Dão

 

Na área geográfica atualmente identificada como sendo a IG "Terras do Dão" (correspondente à anteriormente designada por zona da Beira Alta) encontramos duas áreas delimitadas para a produção de vinhos com Denominação de Origem:

A área geográfica de produção DO "Dão", situada no centro Norte de Portugal, num enclave montanhoso, encontra-se rodeada a Poente pelos picos do Caramulo e do Buçaco e a Norte e Leste pelas imponentes serras da Nave e da Estrela que constituem uma barreira importante às massas húmidas do litoral e aos ventos agrestes continentais.

Esta região, onde as vinhas predominam entre as cotas de 400-500 m, indo, no entanto até aos 800 m, possui solos graníticos geralmente de baixa fertilidade, com afloramentos xistosos a Sul e a Poente. Possui um clima que embora sendo temperado, é, no entanto, bastante frio e chuvoso no Inverno e, frequentemente, muito seco e quente no Verão.

Um pouco a Norte desta região, podem ser produzidos os vinhos com a DO "Lafões".

Os solos, de origem granítica com manchas de xistos pré-câmbricos, são frequentemente húmicos e férteis. A região, contudo, apresenta algumas semelhanças com a região dos Vinhos Verdes, quer pelo tipo de condução das videiras que se encontram nos campos de cultura a servir de bordaduras, encostadas a "uveiras", em latadas ou ramadas, predominando desta forma a vinha alta, quer pelas características do vinho branco (pouco alcoólico, rico em ácido málico e bastante frutado) e do vinho tinto, com boa capacidade de envelhecimento.

A demarcação da Região do Dão celebrou 100 anos em 2008. Situa-se no centro do extremo inferior do norte de Portugal e coincide com o Planalto Beirão, que está rodeado por maciços montanhosos compostos a Norte pelas serras da Nave, Montemuro e Lapa, a Sul pelas serras do Buçaco, Açor e Lousã, a este pela serra da Estrela (a mais alta de Portugal, com quase 2.000 m) e a Oeste pela serra do Caramulo.

 

Douro

 

Durante a ocupação romana já se cultivava a vinha e se fazia vinho nos vales do Alto Douro. A história da região é simultaneamente fascinante e cruel, desde os tempos imemoriais em que o Douro era sobretudo esforço e violência, que foi amansando e evoluindo, permitindo-nos desfrutar de uma das mais espantosas "paisagens cultural, evolutiva e viva" do país, atualmente reconhecida como Património Mundial pela UNESCO.

De salientar também o facto de ter sido a primeira região demarcada e regulamentada do mundo, aquando da criação pelo Marquês de Pombal, da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, em 1756.

A região, rica em microclimas como consequência da sua acidentada orografia, divide-se em três sub-regiões - Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior, produzindo-se em cada uma delas vinhos de qualidade brancos, tintos e rosados, vinhos espumantes, licorosos e ainda aguardentes de vinho com especificidades próprias.

Da globalidade do volume de vinho produzido na Região Demarcada do Douro, cerca de 50% é destinada à produção de "Vinho do Porto", enquanto que o restante volume é destinado à produção de vinhos de grande qualidade que utilizam a denominação de origem controlada "Douro" ou "Vinho do Douro".

O "Vinho do Porto" distingue-se dos vinhos comuns pelas suas características particulares: uma enorme diversidade de tipos em que surpreende uma riqueza e intensidade de aromas incomparáveis e uma persistência muito elevada, quer de aromas, quer de sabor, para além de um teor alcoólico elevado (geralmente entre os 19 e os 22% vol.), numa vasta gama de "doçuras" e grande diversidade de cores.

Merece também destaque o Vinho Regional Duriense cuja região de produção é coincidente com a Região Demarcada do Douro.

 

Região dos Vinhos Verdes

 

O VQPRD «Vinho Verde» caracteriza-se por possuir um conjunto de fatores muito específicos que definem a sua tipicidade.

Efetivamente a «agulha», a frescura e os aromas intensos nos vinhos brancos, tal como a juventude de sabores particulares nos vinhos tintos, conferem aos vinhos características únicas dignas do reconhecimento desta Denominação de Origem, não só para os vinhos tranquilos como também para os espumantes, os vinagres e as «Aguardentes Bagaceiras e de Vinho» da Região dos Vinhos Verdes.

Foi ainda reconhecida a possibilidade de os vinhos rosados usufruírem da Denominação de Origem "Vinho Verde».

A riqueza desta região não se limita às DOC, pelo que devem ser salientadas outras potencialidades, como a exploração dos vinhos com indicação geográfica, isto é, os Vinhos Regionais «Minho». Estes vinhos também alcançam grandes níveis de qualidade, podendo apresentar características físico-químicas e sensoriais diferentes ou serem elaborados com diversas castas.

Interessa referir que a área de produção do Vinho Regional «Minho» coincide geograficamente com a área de produção da Região Demarcada dos Vinhos Verdes.

De referir ainda que a Portaria n.º 28/2001, de 16 de Janeiro, reconheceu as seguintes nove sub-regiões para os produtos abrangidos pelos Estatutos da Região Demarcada que podem ser utilizados como complemento da Denominação de Origem: "Amarante", "Ave", "Baião", "Basto", "Cávado", "Lima", "Monção", "Paiva" e "Sousa".

 

Tejo

 

Tejo - De acordo com as pretensões dos Produtores da Região, e com a publicação da Portaria nº 445/2009, de 27 de Abril, foi reconhecida a Indicação Geográfica Tejo para a produção de vinhos brancos, tintos e vinhos frisantes. Com esta nova Indicação Geográfica pretende-se dar uma nova visibilidade e uma nova dinâmica aos vinhos produzidos na Região, que com o contínuo acréscimo qualitativo têm vindo a ser reconhecidos nacional e internacionalmente.

Situada no Centro de Portugal, a região possui inegáveis condições naturais para o desenvolvimento das actividades agrícolas, florestais e pecuárias. A história da viticultura do Tejo perde-se nos tempos, mas o apogeu do comércio destes vinhos foi sobretudo no século XIII, no fim da sua primeira metade, que só para Inglaterra, chegou a atingir a cifra de quase 30.000 pipas.
A vinha teve ainda um papel preponderante na colonização da Região. Entre 1900 e 1960, a população do continente aumentou cerca de 61% tendo tido na Região, sensivelmente a mesma evolução.

O principal acidente orográfico é a Serra de Aires e Candeeiros, delimitando o que podemos chamar de Médio Tejo e Lezíria do Tejo e em termos hidrográficos o Rio Tejo; o clima desta região é sul-mediterrânico temperado, influenciado pelo rio Tejo que a percorre, com uma queda anual pluviométrica de cerca de 500-600 mm. 

Encontramos nesta Região três zonas distintas de produção, conhecidas como "O CAMPO", "O BAIRRO" e a "CHARNECA".

O CAMPO, com as suas extensas planícies, adjacente ao Rio Tejo, é também conhecido como a LEZÍRIA DO TEJO; está sujeito a inundações periódicas, que se causam alguns transtornos, são também responsáveis pelos elevados índices de fertilidade que aqueles solos de aluvião possuem. É, por excelência a zona dos vinhos brancos, onde a casta Fernão Pires é rainha.

O BAIRRO, situado entre o Vale do Tejo e os contrafortes dos maciços de Porto de Mós, Candeeiros e Montejunto, com solos argilo-calcáreos em ondulados suaves, é a zona ideal para as castas tintas, nomeadamente a Castelão e a Trincadeira.

A CHARNECA, localizada a sul do CAMPO, na margem esquerda do Rio Tejo, apresenta-se com solos arenosos e medianamente férteis, e se por um lado determina rendimentos abaixo da média da Região, por outro lado induz a um afinamento, quer de vinhos brancos, quer de vinhos tintos.

 

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